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Foto: Júnior Silva |
Geovane nasceu em Patos de Minas no ano de 1994. Ele cresceu na cidade e durante a infância, estudou na Escola Estadual Ilídio Caixeta de Melo e na adolescência cursou a Escola Estadual Zama Maciel.
Apaixonado pela dança desde criança, começou a levar a arte corporal a sério após fazer aulas em Araxá com o professor Gildo, do Centro Universitário do Planalto de Araxá (Uniaraxá), no ano de 2008.
Em Patos de Minas, fez aulas com a Gláucia, na Academia Movimentus, com quem participou de um festival no Teatro Municipal Leão de Formosa, em 2009. Também dançou pela extinta Academia Equilíbrio, com a Tia Rose e nunca mais parou.
Os trabalhos lhe renderam frutos e em 2017, Geovane integrou o corpo de balé do cantor Pieit, chegando a participar das gravações dos vídeclipes “Karma”, “Teu Gingado”, “A Falta que me faz você” e “Chão Chão Chão”.
Dançar para um artista pop foi uma grande realização, pois Geovane é apaixonado pelas divas Madonna, Britney Spears, Beyoncé e Lady Gaga, do qual confessa estar viciado no último disco Chromatica, “uma obra prima da dance music”, disse.
A drag queen Ameerah surgiu pela primeira vez no ano de 2015 e fazia aparições esporádicas em festas e eventos. O nome escolhido é uma homenagem à cantora e apresentadora belga de mesma alcunha.
“Costumo dizer que ela é o meu álter ego, pois tenho baixa autoestima e ela é completamente o inverso de tudo isso, as vezes ela é meio que uma fuga desse meu interior”, comentou.
Geovane começou a se montar profissionalmente em 2018, quando mergulhou fundo no mundo drag, se jogando nas pistas de dança com muita performance, bate cabelo, atuando como DJ e levando alegria para as pessoas.
A primeira casa que o acolheu Ameerah foi o antigo Sweet Home Rock Bar, que inicialmente foi projetado como um pub de rock, mas com o tempo, foi se adaptando até se tornar um pub com ênfase voltada ao público LGBT.
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O Sweet Home Pub fechou, mas a comunidade LGBT não ficou órfã por muito tempo, pois o casal Iuri Nunes e Eduardo Almeida, que organizavam a festa Queen deram início à Queen Lounge, pub do qual Geovane se tornou DJ residente.
“Me sinto lisonjeado em saber que eu fui a primeira pessoa a ser procurada pra fazer parte desse projeto. Em pouquíssimo tempo, a Queen deixou de ser uma festa e se tornou uma casa para todos nós”, afirmou.
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Ameerah discotecando na Queen Lounge |
Geovane não se lembra bem quando se montou como drag queen pela primeira vez, mas recorda bem da reação das pessoas. “Algumas delas me olhavam com nojo e outras com desejo e admiração. Eu me sentia como um extraterrestre”.
Levou algum tempo até que perdesse a insegurança e o desconforto. “Se montar em Patos de Minas é ser resistente, revolucionário e não ter medo de julgamentos e comentários negativos, do quais, inclusive, já ouvi muito”, disse.
“Expressar a arte drag nesta cidade e ser reconhecido por isso, é uma vitória muito grande, pois não é todo mundo que te olha com bons olhos por aqui, mas não me importo mais e continuo seguindo e alcançando mais pessoas com minha arte”.
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