Por Natália Marins
Imagem: Luíza Borja |
Se vou apé tenho receio de alguém me perseguir
Ou da má fé do suspeito que quer me invadir
Não é nenhum segredo o direito de ir e vir
Se um sujeito repara em como me vesti
Com desrespeito pretende me oprimir
Mostrei o dedo, gritei e me protegi
Não posso fingir que não vi e abstrair
Não devo omitir o erro ou serei cúmplice
Não sou objeto pra quem queira possuir
Se Não concedi ninguém tem que insistir
Não foi só pra fazer filho que eu nasci
Não vou deixar de sorrir e me divertir
Não estou aqui para expectativas cumprir
Mulheres não são inimigas, precisam se unir
Mulheres não querem intrigas,
queremos ser livres
Para curar as feridas é preciso agir
Para achar a saída é preciso sair
Não desejo ser superior a ninguém
Mas sinto medo de me fazerem refém
Não mereço ser tratada com desdém
Parabéns a quem trata a menina bem
Não fez além do que te convém
Não pedi nenhum mansplaining
Sobre o que você não sabe nem sente
á pedi pra parar e fui ignorada
Já tentei chorar mas fui calada
Já pedi ajuda mas fui desamparada
Liguei pra Polícia fui ignorada
Se você não fizer ninguém faz nada
Temos direito de ser respeitadas
Eles aprenderam tudo errado
Mulher tem que estar com unha arrumada
Mais que eles não deve ser remunerada
Não deve opinar deve ficar calada
Você fala sério ou é piada?
Não me Kahlo eu falo fico indignada
Essas ideias estão ultrapassadas
Nao serei mais domesticada
"Não era amor era cilada"
Me chamou de louca por ter visão, ter razão
Já tentou tirar minha roupa sem a permissão
Que mundo é esse onde dizem que estuprador não tem má intenção?
A palavra da vítima vale em toda jurisdição
Das bruxas que queimaram na fogueira somos a próxima geração
E lutamos pra que não haja repetição
Seja homem aja com boa intenção
Seja humilde observe sua ação
Veja a luta preste muita atenção
Machistas não passarão
Natalia Marins é formada em Letras pelo Centro Universitário de Patos de Minas, tutora, poeta, slammer, sonhadora e sensível à simplicidade.
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