Fleuma

Por Isadora Tavares

Greg Rosenke / Unsplash

Das coisas mais banais
Apenas duas deveriam
Ser impostas por lei
Ante o último suspiro

O céu e o beija-flor
A derradeira imagem
A representação final
O alento da sofreguidão

Como mostrar o céu
A quem não enxerga?
Como descrever um beija-flor
A quem não escuta?

Diga que a chuva encheu
Copos d’água gigantes
Derramados numa imensidão
Amontada de algodão doce

Agite os braços
Freneticamente
Sinta o perfume ao seu redor
E saia veloz do recinto

Quanto custa (e)levar a alma
Ao estado de purificação?
Um piscar de olhos
Meio milésimo de um revoar de asas.


Isadora Tavares é redatora, jornalista e poeta nas horas vagas. Também é aluna do Curso Livre de Formação de Escritores pela Editora Metamorfose.

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