Dia da Verdade

Por DuArte

Imagem: Freepik

Primeiro de abril
Uma data que inventamos pra dizer verdades de uma forma mais sútil
O dia em que a verdade é camuflada atrás de uma data
Onde se esconde a frustração da resposta que por dentro maltrata

Na data em que se pergunta: “quer namorar comigo?”
E a resposta que se tem é um: “te considero um amigo”
E no fundo da decepção do que ouviu
Vem a popular expressão “tô brincando, é primeiro de abril”

Acho que essa data vai além de uma brincadeira
Tem a ver com coragem
Coragem de dizer o que guardamos pra gente
Ou simplesmente de mandar aquela mensagem

Por que deixamos pra depois?
Por que não falamos agora?
Por que nos escondermos atrás de uma data inventada
Uma verdade que corrói a gente por dentro, conforme o tempo demora

Pense no hoje
E por mais que saiba que a palavra mal dita destrói
Entenda que é necessário dizer o que se sente
Por mais que você saiba que a verdade dói

Dói, realmente dói
Mas não é do nada que um prédio se constrói
Tijolo por tijolo, ou palavra por palavra
Pensa comigo: mais vale a dor da verdade, do que uma mágoa guardada

Dia da mentira para alguns
Pra mim é o dia da verdade
E por mais que eu ache que esse seja um erro da humanidade
Primeiro de abril é o empurrão, pra quem quer se jogar de verdade

Mas não de um prédio, penhasco e nada do tipo
É se jogar de cabeça, naquilo que sempre quis ter dito
É arriscado, mais uma data não deve definir o que tu diz
Mas também não julgo ninguém
Pois o 1° abril de muitos, é o dia do desafogo, o dia mais feliz!


Felipe Duarte tem 22 anos e é poeta e slammer. Formado em Ciências Contábeis, escreve poesias sobre militância, questões raciais e sociais desde 2017.

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