Ênfase

Por Isadora Tavares

Imagem: Atikah Akhtar / Unsplash

Quando foi que paramos de escrever poemas de amor?
Tornamo-nos mais frios ou o mundo fez isso por nós?
Paramos de contemplar o pôr do sol e de sentir o perfume das flores.
De repente a vida se tornou monótona. Ou será que sempre foi assim?
Não sei por que cargas d’água não enviamos mais cartas uns aos outros.

Viver era melhor no passado?
Se conectar virou obsoleto - quem dirá perigoso.
Fui ao dentista fazer uma restauração;
Tentei estabelecer um vínculo.
Mas saí de lá com duas prestações e mais um aperto no coração - de medo.

O futuro.
A ordem dos fatores não altera o produto.
Ou será que muda?
Descobriremos ao ler isto num tempo longínquo.
Porém tenho lá minhas ressalvas.

Poesia;
Esperança;
Desgraça.
Não é tudo a mesma coisa?
Canalhas.


Isadora Tavares é redatora, jornalista e poeta nas horas vagas. Também é aluna do Curso Livre de Formação de Escritores pela Editora Metamorfose.

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2 Comentários

  1. Amei o texto, sem dúvida um olhar de contemplação do cotidiano e toda mudança que ela acarreta. Parabéns.

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