À deriva

Por Natália Marins

Imagem: Freepik

No escuro dos meus olhos fechados
Vejo ocultos segredos guardados
Sinto muito e não me desculpo
Tanto tempo que não me escuto

No vazio há um saco cheio de fardos
Belos estragos, os trago como os cigarros
Sorrio mesmo sem achar engraçado
Pra onde vai tudo que foi questionado?

Sou barco sem marasmo
Em um mar de porta retratos
Tentando encontrar o abstrato
Nesta grande rede de contatos
Um navegante solitário

A deriva em dúvida com a vida
Esse caminho é sem saída
Isso não é uma despedida
Ainda estou aqui mais um dia

No exílio desses dias contados
Não exijo mais do que um abraço
A transparência tem me mostrado
Todo mundo quer ser amado
Mas a indiferença tenho notado
Da tua ausência senti o impacto

Bati a cabeça e esqueci quem sou
Desci tão profundo quanto o oceano
Perdi as certezas de onde eu vou
Deixei me levar por anos e anos

Em um segundo tudo pode der mudado
Não que eu esteja estagnado
Mas talvez tenha me acostumado
Confirmo que estava conformado

Pode ser que esteja enganado
Pois contra a correnteza ainda nado
Pois escolhi ir pro outro lado
Ainda deixarei o meu legado


Natalia Marins é formada em Letras pelo Centro Universitário de Patos de Minas, tutora, poeta, slammer, sonhadora e sensível à simplicidade.

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