Quem és tu que queres apontar
A flecha em direção ao mundo
Sem antes perceber que mirar
É sobre olhar pro terreno profundo?
E disperso pôs-se a ficar...
Alheio ao mar, mas vagando por um rio sombrio
Sobre o barco de histórias podres que construiu
E sentiu cada lágrima fervilhar.
Adeus disse ao eu profundo.
Restou por dentro, pois, um submundo
Do qual não sabia como navegar.
Como pode sorrir em tempos tais?
E sem perceber que ao redor é tragédia.
E sem fim são os machados contra os canaviais.
E sem fim são os risos macabros da comédia
Que come o homem e seus ancestrais
Sem nenhuma timidez, temor ou média.
Retorne a gruta interior
Como quem a viu pela primeira vez,
A fim de sentir onde está o riso
No espírito do pecador -
Que por fim encontra a sensatez
E verá o submundo tornar-se paraíso.
Mikael de Melo é professor, poeta e ator nos grupos Tupam e Dell'arte Teatro. Graduado em Jornalismo, é ex-repórter da Rádio Jovem Pan.
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1 Comentários
eu amo poesias filosofais. EREMITAMO-NOS
ResponderExcluirObrigado por comentar!