Conheça Beta Lima, a cantora que representará Patos de Minas em festival na República Dominicana

Por Caio Machado


Dentre várias facetas possíveis, a patense Roberta Cardoso Lima, ou simplesmente Beta Lima, escolheu ser internacionalista. Além de possuir aptidão para promover eventos, ela atuou até mesmo como atriz, mas foi com a música, por meio da composição e do canto, que se encontrou e direciona todos os sonhos.

Beta Lima escreve poesias desde muito nova, mas o processo de aceitação da artista interior foi construído com o passar dos anos. Casada com Jairo Dantas, com quem tem as filhas Júlia e Jasmin, ela reside em Brasília. Lá ela aprimorou a voz com as aulas de canto e deu os primeiros passos na carreira.

Influenciada pela bossa nossa e MPB, Beta Lima gosta de artistas como Cássia Eller e Ana Carolina. Outro gênero musical pela qual ela nutre afeto é o rock and roll, apreciando bandas como Pearl Jam e America. Em Patos de Minas, ela chegou a fazer parte de uma banda e se apresentou em bares.

Em 2019, Beta lançou “Vou Me Encontrar”, primeiro single da carreira que já foi suficiente para projetá-la internacionalmente. Ela será a única brasileira a participar da primeira edição do Festival Internacional de la Canción, que acontecerá entre a 15 a 22 de fevereiro de 2022, em Santo Domingo, capital da República Dominica.

Acompanhada de uma orquestra, ela irá interpretar a canção inédita “Fé no Coração”, escrita quatro atrás. Beta Lima concorrerá com artistas de 19 países nas categorias de melhor cantora, compositora e melhor clipe. Por meio do WhatsApp, a cantora concedeu uma entrevista contando um pouco da trajetória. Leia na íntegra a seguir:

Jornal de Patos: Como foi crescer em Patos de Minas? O que você costumava fazer quando era criança?
Beta Lima: Tive uma infância muito feliz. Estudei no Colégio Marista, e logo cedo, percebi minhas aptidões para arte nas poesias e no teatro na escola. Nas brincadeiras na rua, eu era a criança que apresentava os desfiles das amigas.

JP: A sonoridade da bossa nova é muito presente em seu trabalho, como foi seu primeiro contato com a música e quando começou a cantar?
BL: Fui influenciada pelo meu pai e minha mãe, que possuem vozes bonitas e bom gosto musical. Foi por meio deles que ouvi o Quarteto em Cy pela primeira vez. Me lembro que eu tinha apenas oito anos e algo mudou dentro de mim naquele momento. Elas foram minhas professoras de canto e eu me recordo de cantar inteiro o CD delas.

JP: Quando se apresentou em público pela primeira vez?
BL: Aos 18 anos fui selecionada em Belo Horizonte para ser a vocalista de uma banda cover de Led Zeppelin e não tive coragem de encarar esse desafio, pois ainda era muito imatura. A decisão de cantar realmente veio quando o sonho ficou muito latente e não tinha como negar que cantar é minha alegria de viver. Rompi barreiras, enfrentei meus medos e as pessoas e assumi a vontade de cantar na virada dos 30 anos. A primeira apresentação em público foi quando estudei canto na BSB Musical e fui selecionada para representar a escola cantando "Te Devoro" do Djavan, com uma banda para um público de 500 pessoas em 2015. Eu também tive a oportunidade de cantar com a banda Indústria Brasileira e formei várias duplas de voz e violão em Patos de Minas.


JP: Além da música, competições de beleza também fizeram parte de sua trajetória e durante a adolescência, você participou do tradicional concurso de Rainha Nacional do Milho. Como foi a experiência?
BL: Fui Princesa da Festa do Milho em 1997, aos 16 anos e foi uma grande oportunidade de aprender a falar em público. Já em 1998, fui pra Curitiba como Miss Turismo Minas Gerais e obtive o quarto lugar no Brasil, justamente por falar em inglês para o Público. Em 2004, fui Miss Distrito Federal e obtive o quarto lugar novamente e também fui eleita como a Miss Elegância. Por fim, representei o Brasil em Miami no Miss Hooters Internacional em 2009.

JP: No ensino superior você acabou seguindo outra carreira. Como foi a graduação em Relações Internacionais?
BL: Me graduei em Relações Internacionais em 2004 e cheguei a prestar serviço para a Fibra, CPB, MRE, Unesco e até mesmo para a Presidência da República. Sempre tive aptidão para realizar eventos e recentemente, estudei cinema. De toda forma, acredito que tudo culminou na música, pois essas aptidões podem contribuir pra realizar um trabalho musical de maior qualidade.

JP: Lançado em 2019, seu primeiro single autoral “Vou Me Encontrar” fala sobre a força da mulher. Como se deu o processo de composição e gravação?
BL: A música "Vou Me Encontrar" veio como todas as outras que fiz, com o ritmo e a letra. Com o tempo decidi que iria gravar e como não tenho banda, busquei alguém de qualidade e com preço justo, e encontrei nosso amigo Alan Girardeli, produtor musical e baixista da banda Pássaro Vivo. Gravamos o áudio e com o tempo veio a necessidade do clipe, produzido pelas lindas do Moviola que vieram de Uberlândia gravar no Parque do Mocambo.

JP: Em menos de dois anos você já colheu frutos da carreira autoral e será a única brasileira representando o país na República Dominicana. Como surgiu o convite para cantar no Festival Internacional de La Cancion?
BL: Conheci o Heber da Organização dos Fics, Festivais Internacionais da Canção, por meio do meu amigo e Coordenador no Miss DF, Paulo do Paula e fui convidada. Para o festival em específico, precisavam de uma música inédita, então eu enviei "Fé no Coração" e eles aprovaram. Agora estou no processo de produção do áudio e partituras para a Orquestra, além da gravação do videoclipe da música. 

JP: Você foi convidada para projetos culturais durante a pandemia da Covid-19?
BL: No ano passado, contracenei no filme "Paixão e Fúria no Rally dos Sertões" em que fiz uma Policial Federal e recentemente gravei a música “O que é o amor” de Arlindo Cruz para o projeto FEAT. e participei do canal Aleh Convida, interpretando "O Bêbado e o Equilibrista" de Aldir Blanc e João Bosco.

JP: Após a participação no festival, que poderá mudar os rumos de sua vida, quais serão os planos para o futuro?
BL: Meu grande sonho é viver de música, produzir um álbum autoral, levar coisa boa mundo afora e cantar muito.


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