Mulheres

Por Duarte

Imagem: Narrativas Negras

{Já tive mulheres de todas as cores.
De várias idades de muitos amores.
Em umas até, eu me inspirei.
Vendo minha rainha, me sinto um rei.

Já tive mulheres do tipo atrevida.
Daquela guerreira, cicatrizada pela vida.
Casada carente, solteira feliz.
Manda no próprio corpo, dona do próprio nariz.

Mulheres cabeças e desequilibradas.
Mulheres confusas, de guerra e de paz.
Mas nenhuma delas abaixa a cabeça,
Não querem superioridade, querem direitos iguais!} – adaptação música mulheres do Martinho da Vila.

Mulheres, o que seria de nós sem vocês.
Quem me dera poder... presentear uma por vez.
No brilho do seu olhar vejo sua luta diária.
Não sinto o que você sente, respeito seu lugar de fala.

No seu olhar não vejo só brilho, também vejo medo.
Afinal andar sozinha pela rua tem sempre o mesmo enredo.
Olhares, assobios, bozinas e... afim ...
Nem sempre chegando em casa, o seu inferno tem fim.

Sua avó passou por muita coisa pra que estivesse aqui.
Sua mãe te ensinou a nunca abaixar a cabeça, a ser forte.
E ai de quem ousar te por a mão.
A esse tipo de gente, desejo pena de morte.

No seu olhar também vejo o cansaço da mãe solteira.
Que trabalha 8, 10 ,12 horas por dia pra... por comida na mesa.
É como já disse Djonga : “No país onde o homem quem mais aborta”.
E cabe a mulher que carregou nove meses na barriga...
Carregar a família nas costas!

Que seja protagonista do espetáculo, tipo cantora de ópera.
Que governe os mundos que há de governar, se sinta Cleópatra.
Que tenha a força de Joana D’arc, lute como ela foi capaz de lutar.
Mas que... não tenha o mesmo fim, queime apenas quem sem sua permissão um dia ousar te tocar.

Que as cicatrizes sejam apenas marcas de guerra da sua luta diária.
Que se inspirem e nos inspirem, a sermos melhores nessa caminhada.
Que não tenha o fim, e sim a história de Dandara!

Lembre-se que, você é, e sempre foi forte!
Não existe um lugar que não possa chegar.
E jamais abaixe a cabeça pra alguém,
Faça como Rosa Parks e jamais ceda seu lugar!

E sobre lugar entenda que...
Seu lugar é onde você quiser!
Afinal, se hoje estamos aqui...
E por causa de uma mulher!


Felipe Duarte tem 22 anos e é poeta e slammer. Formado em Ciências Contábeis, escreve poesias sobre militância, questões raciais e sociais desde 2017.

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