No Palácio do Crepúsculo das ratazanas mortas e fétidas/
Comemoram 200 anos de nossa independência.
Com cavalos/tanques/máquinas agrícolas/caminhões/corruptos de todas as espécies/cuidadores de rebanhos com Bíblias maculadas debaixo de sujos sovacos/portadores de armas de grosso calibre/curandeiros/fichas sujas/alguns comprados com o próprio dinheiro/de cujus diversos/os ludibriados por vontade própria e outros canalhas, machos e fêmeas, ratazanas e ratões com as pançonas cheias de dinheiro público ou de crentes famintos...amém.
Nos palácios governamentais das ratazanas mortas e fétidas/
Fazem a mesma coisa: o mestre mandou.
Nas prefeituras municipais, inclusive dos grotões, as ratazanas mortas e fétidas/
: Batem continências.
Nas câmaras municipais, inclusive das vilas submissas, as ratazanas mortas e fétidas/
: aplaudem.
[Enquanto isso, as outras ratazanas podres e fétidas das ruas esperam a noite...]
Há 200 anos um príncipe ratazana morta bradou às margens flácidas de sua moral e de sua ganância ancestral: Independência ou dependência?
Amanhecemos no dia 8 dependentes das mesmas ratazanas mortas desde 1500.
O auriverde pendão, usado hoje como auriverde ameaça
Símbolo hoje conspurcado e nauseabundo de ignomínia.
Tremula hoje numa baioneta de baixa patente ameaçador, mas roto, triste e sujo...e fétido.
E se estamos independentes, porque ainda ouvimos:
O som dos grilhões nas senzalas?
O som de agonia de índios?
O som de choro de crianças chorando nas favelas, becos e vielas?
/famintas...enfermas...febris...iletradas...
O som de mulheres aterrorizadas e ameaçadas?
O som da morte nos corredores do SUS?
[e a busca de “o que comer” em lixões?]
E os impunes punindo inocentes?
Até quando?
Me lembrei do poeta que ousou “falar das flores”:
“Pelos campos há fome em grandes plantações
[...]
Há soldados armados, amados ou não
Quase todos perdidos de armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição
De morrer pela pátria e viver sem razão
[...]
Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Somos todos soldados, armados ou não
[...]
Somos todos iguais, braços dados ou não
Os amores na mente, as flores no chão
A certeza na frente, a história na mão
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Aprendendo e ensinando uma nova lição
Vem, vamos embora, que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.”
Enquanto isso:
As ratazanas mortas e fétidas não dormem/
Conspiram
E corroem tudo.
Corroem o patrimônio nacional.
O tesouro nacional.
A vergonha nacional.
A Bandeira Nacional.
A Pátria nacional.
A família nacional.
A religião nacional.
O território nacional.
A Constituição Nacional.
[nessa corroem e depois defecam nela, fétidos excrementos de ratazanas mortas e fétidas!]
As ratazanas mortas e fétidas defecam/
Ódio.
Caos.
Mentiras.
Medo.
Ameaças.
Esmolas.
No Palácio do Crepúsculo das ratazanas mortas e fétidas/
Comemoram 200 anos de nossa independência.
E em nome de Deus, Pátria, Família e da Democracia,
Roem e corroem vorazmente, como se fosse frango com farofa no meio da rua, Deus, a Pátria, a Família e a Democracia...
4 Comentários
Um soco no estômago, bastante apropriado para data.
ResponderExcluirAinda há tempo de enterrar as ratazanas, sem muita pompa como tal estão fazendo com o coração do colonizador, somente jogar na vala da história mesmo, e seguir. Nós somos capazes. E é questão de vida ou ratazanas mortas fétidas.
Leia esse texto ouvindo a música CABEÇA DINOSSAURO DO TITÃS👏👏👏👏.
ResponderExcluirPra variar, outro texto visceral e catártico que quase nos esbofeteia com tantas malditas verdades !
ResponderExcluirTexto primoroso que retrata a ninhada eterna de ratazanas que é o Brasil. País esse nunca livre e cada dia mais preso nos grilhões do ódio, da miséria, da fome e de todo tipo de desgraça advinda das ratazanas que corrompem e destroem tudo.
ResponderExcluirObrigado por comentar!