Medo de espiar o outro e me deparar com um olho que me espia

Por Agostine Braga

Medo de espiar o outro e me deparar com um olho que me espia
Medo de ranger alto e ouvir batidas sobre o teto do meu quarto
Medo de achar-me o beijo vizinho no seu adeus diário o meu orgasmo
Medo de sonhar desperto a canto triste inimigo o meu terreiro a céu aberto

Medo de estar outro a me temer no seu segredo
         lamuriando-se só rumor de toada à ânsia
         que seus pêndulos se dissipem no meu peito
         que não haja vulto esconso emulando este alento

         que seja isto prece escudo de morto
         e não estorvo de olho vivo convexo


Agostine Braga é um poeta situado em Patos de Minas.

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