Medo de espiar o outro e me deparar com um olho que me espia
Medo de ranger alto e ouvir batidas sobre o teto do meu quarto
Medo de achar-me o beijo vizinho no seu adeus diário o meu orgasmo
Medo de sonhar desperto a canto triste inimigo o meu terreiro a céu aberto
Medo de estar outro a me temer no seu segredo
lamuriando-se só rumor de toada à ânsia
que seus pêndulos se dissipem no meu peito
que não haja vulto esconso emulando este alento
que seja isto prece escudo de morto
e não estorvo de olho vivo convexo
Agostine Braga é um poeta situado em Patos de Minas.
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1 Comentários
Agostine, sempre um poeta lúcido que sabe o que faz.
ResponderExcluirObrigado por comentar!