Arte por José Eduardo de Oliveira |
Sempre que posso, me pego observando algo. Seja móvel, seja estático, seja o que for.
A imaginação e os pensamentos vem em minha cabeça de forma incontrolável e sem respeito nenhum, talvez por isso, não os deixo só.
Dizem que a beleza está nos olhos de quem vê, mas acredito que o belo não se discute. (A não ser a beleza do cantor Belo, esta com toda certeza é discutível).
Pelos últimos dias, andei observando belas vistas, tanto naturais quanto artificiais, tanto internas quanto externas, e acima de tudo, algumas em meu alcance, outras não.
Aceito que ultimamente ando desligado das vistas, beirando a depressão e me afundando em um marasmo melancólico criado por mim mesmo, e com isso, nem tudo vem sendo flores nas minhas relações e as que foram serviram de desculpa. "Acreditando eu nos clichês da vida amorosa".
Já ciente das longas observações visuais, me perdi vendo o mar, aquela imensidão de azul, que por hora não levava a lugar nenhum, e com isso, só percebi que estava perdido quando a discussão já havia começado:
- Por que você está tão calado, olhando pro nada? Você está se afastando…
Eu perplexo, e um tanto inconsciente ainda pelos pensamentos em que a vista me causava, admiração e desilusões acontecendo simultaneamente em minha cabeça, refutei.
- Qual o problema? Por que você sempre pensa que há algo de errado comigo? talvez seja você, sempre estou errado…
Longe de mim criar situações desconfortáveis, mas o convívio frequente com a minha paixão tem me deixado flexível para o lado desagradável, e para o outro lado, nem tanto. (Haja otimismo)...
Dada a discussão, comecei a dar o tal "valor" para o tempo. Não aquele tempo de todos, mas sim o tempo do casal, que por acaso acontece por um e se divide por dois. (Multiplicar só quando a outra parte cede).
Toda atenção dada teria sido em vão se depois não ficássemos dividindo insultos e ironias, que nesse caso a outra parte permitiu se multiplicar.
Passa o tempo, o silêncio vem. *Olha que ele é um dos meus maiores companheiros, mas me pregou uma peça e tanto. "coisa de amigo".
Por sorte do acaso, e não de várias e várias discussões vencidas pelo casal, todo o empenho dado a relação e todo renome de poder afirmar que tenho uma ótima relação com minha parceira de vida. Até me propus a perguntá-la sobre tal afirmação. (Ela não confirmou, mas senti otimismo na fala dela).
Enfim, o tempo passou e toda roupa foi lavada, "ainda bem que usávamos poucas peças na hora"; me peguei escrevendo desta vez só para não demonstrar, que às vezes o preço da vista é baixíssimo, mas sempre valerá a pena pagar para ver.
Vinícius Ferreira tem 25 anos e é professor de música em Patos de Minas. Faz parte dos projetos musicais LINGVINA e Banda Livre.
🦆
Apoie o jornalismo independente colaborando com doações mensais de a partir de R$5 no nosso financiamento coletivo do Catarse: http://catarse.me/jornaldepatos. Considere também doar qualquer quantia pelo PIX com a chave jornaldepatoscontato@gmail.com.
7 Comentários
Já vi esse rapaz no balcão do cochila. Eu acho ele um gato e poeta. Aí ❤️
ResponderExcluirEscreve muito bem, me prendeu sua crônica kd a parte 2. Haha parabéns
ResponderExcluirAdorei, ótimo escritor. Espero as proximas cronicas kk
ResponderExcluirA cada dia que passa você me surpreende mais! E hoje mais ainda, pois adoro uma crônica. Sou sua fã! 👏🏻
ResponderExcluirAdorei!!!!!
ResponderExcluirOrgulho desse escritor foda!
ResponderExcluirGostei, acompanharei essas cronicas.
ResponderExcluirObrigado por comentar!