O novo

Texto e imagem por Igo Maia


Rebanhos de mim migrando em busca dos vales de abundância d'água,
Sementes despindo-se de meus frutos,
Pairando no vento e sepultando-se sob minha sombra.
Tragam uma fogueira para que bruxa possa se aquecer nesta noite fria.
Minha alma grita pelo oculto, pelo sagrado, pelo imenso e intenso senso.
Minha boca saliva ao ver o céu,
Desejo beija-lo com a força dos ventos,
Mas, ele me beija antes.
O súbito sempre celebrou a virtude do agora,
Um susto, espasmo, e uma lágrima desce a colina,
Como uma nascente promovendo vida,
Nutrindo tudo o que não é cume.
Lembro-me dos meus joelhos mordendo o cascalho,
Dos meus braços floridos em penas,
Lembro-me da alma pintada em urucum,
Dos horizontes espelhos,
Que descreviam perfeitamente os detalhes internos, Das trevas coloridas,
E das luzes sombrias,
Lembro-me de pertencer.


Natural de Vazante, Igo Maia residente em Patos de Minas desde 2019, é músico e compositor e trata a poesia como uma religião.

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