Semelhanças à prova

Por Vinícius Ferreira

Arte por José Eduardo de Oliveira

O quesito de comparação para o ser humano começa bem cedo. Tanto para o mal quanto para o bem. A balança da justiça chega a ser, quase sempre desregulada. A procura da regulagem pesa na virtude do ganhar, apesar do outro lado perder, ele pode ser mais pesado.

Ultimamente tenho andado longe de competitividade (mesmo que nunca seja algo que sobressairá em minha pessoa) e venho cada vez mais atento a possíveis julgamentos comparativos. Assim, tenho me aproximado por diferenças, fato um tanto quanto perigoso, mas a fé segue intacta.

Escancarar as diferenças seria buscar a igualdade?

Ainda não sei dizer, e espero que não tenha a resposta tão cedo. Parte do meu aprendizado vem sendo de relações na qual me encontro desconfortável, mesmo que pouco. Trabalhar minhas qualidades através do erro dos outros tem sido oportuno, um tanto egoísta, narcisista, talvez por isso a permanência e ou identificação com essa situação de desconforto.

Como um bom taurino, o conforto sempre foi prioridade (irreconhecível tal teimosia presente. *aqui faço uma menção honrosa e dedico tal conquista a minha companheira de vida*), e mesmo assim, não me sinto mal por me encontrar nesse contexto.

Será que estou me comparando demais ou de menos? Ironia*

Enfim, tenho de aceitar (ou tive, ou terei) que reconheço semelhanças nas mais diversas diferenças.

A mudança tem sido algo tão presente em minha vida que nem tenho sentido medo, coisa que era comum antes da evolução. (Já admitindo a evolução, deixe-me acreditar nessa barbaridade) e o cume do devaneio de objetividade, por ironia do destino tem sido provar as semelhanças aos diferentes. A ironia é provar ser diferente dos diferentes para ter uma aproximação que qualquer um poderia mostrar, e me apego nisso para socializar, mesmo que por diversão.

De fato, a perversidade de tal atividade é desgastante, mesmo que proposital. Escrever essa crônica e fazê-los desgostar dessa balela é de extrema crueldade, mas eu prometo que na próxima semana a coluna de crônicas estará mais abundante.

Pelo menos aqui, coloco nossas semelhanças a prova, mesmo que diferentes.


Vinícius Ferreira tem 25 anos e é professor de música em Patos de Minas. Faz parte dos projetos musicais LINGVINA e Banda Livre.

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