Nasci na chegada do inverno.
Lembro criança acordando de manhã, pés na cerâmica fria até o caminho para o sofá. Meu cobertor, me mantinha aquecida enquanto assistia programas na tv.
Esses, acabaram por moldar meus gostos hoje.
Quando moça, o frio me deixava introspectiva e aflorava minha imaginação.
Daí veio o prazer em criar.
O frio, era um lembrete para sempre me manter quente.
Calorosa.
Amadurecendo, talvez, eu tenha perdido grande parte disso.
A vontade de acordar logo cedo pra me entreter e assistir algo na tv, nem existe mais.
Minto usando a palavra cedo.
Na verdade, não tenho sentido
prazer assistindo coisa alguma, em qualquer hora do dia ou noite.
Ando cansada de telas.
Tudo se esfriou, os sonhos, desejos e me arrisco em dizer.. que eu sinta à falta do meu próprio calor.
O frio vem me adoecendo.
Fisicamente e mentalmente.
Quem sabe, eu realmente precise criar um segundo sol e talvez com ele meu mundo ficaria mais completo.
Um que me encoraje a buscar em mim, uma natureza selvagem.
Que me preencha com calor e me recorde do meu sangue latino americano. Vermelho e quente.
Érika Lara tem 23 anos e é bastante sentimental. Para não ficar à mercê das emoções que sente, usa a arte para se expressar. Escrever é uma delas.
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