Meu eu poema

Por Mikael de Melo


Enquanto a vida é poema,
Me faço rastro; me faço laço.
Entrelaço a pena e todo esquema.
Realinho, releio e refaço.

Meu corpo rude, meu corpo gasto.
Meu desejo infame, minha vontade extrema.
Minha sorte cotidiana ganha a duras penas.
Meu eu sagrado e meu grito exausto.

Meu sopro puro, meu eu descalço.
Meu mistério, meu enigma, meu teorema.
Minha descoberta e meu cansaço.
Meu tempo escasso e meu problema.

Meu verso, minha rima e meu texto vasto.
Minha cura, minha linha, meu eu poema.


Mikael de Melo é professor, poeta e ator nos grupos Tupam e Vitruviano Teatro. Graduado em Jornalismo, é ex-repórter da Rádio Jovem Pan.

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