Enquanto a vida é poema,
Me faço rastro; me faço laço.
Entrelaço a pena e todo esquema.
Realinho, releio e refaço.
Meu corpo rude, meu corpo gasto.
Meu desejo infame, minha vontade extrema.
Minha sorte cotidiana ganha a duras penas.
Meu eu sagrado e meu grito exausto.
Meu sopro puro, meu eu descalço.
Meu mistério, meu enigma, meu teorema.
Minha descoberta e meu cansaço.
Meu tempo escasso e meu problema.
Meu verso, minha rima e meu texto vasto.
Minha cura, minha linha, meu eu poema.
Mikael de Melo é professor, poeta e ator nos grupos Tupam e Vitruviano Teatro. Graduado em Jornalismo, é ex-repórter da Rádio Jovem Pan.
🦆
Apoie o jornalismo independente colaborando com doações mensais de a partir de R$5 no nosso financiamento coletivo do Catarse: http://catarse.me/jornaldepatos. Considere também doar qualquer quantia pelo PIX com a chave jornaldepatoscontato@gmail.com.
0 Comentários
Obrigado por comentar!