Texto e imagem por Lívio Soares de Medeiros
O tempo que ficou para trás
é maior do que o tempo que virá,
por mais que eu viva.
Padecerei de doença
que vai minando o corpo?
Meu cérebro fará com que
eu não saiba o que sou?
Meu coração vai me parar
de um segundo para outro?
As possibilidades
da morte são muitas,
a vida já não é tanta.
Uma vida criativa
não implica falta de criatividade
da morte quando ela chega.
Apego-me ao que tenho,
que é o presente.
O passado já
me é nebuloso,
o futuro é cogitação
de agora.
Haverá o dia em que
não mais terei o agora.
Enquanto é tempo,
termino mais um verso.
Lívio Soares de Medeiros é autor de Leve Poesia, Algo de Sempre, Dislexias, Amor de Palavra, Anacrônicas, O Livro de João, Entrevista com o Professor, O Fim do Brasil e Histórias Familiares. Dedica-se também à fotografia.
🦆
Apoie o jornalismo independente colaborando com doações mensais de a partir de R$5 no nosso financiamento coletivo do Catarse: http://catarse.me/jornaldepatos. Considere também doar qualquer quantia pelo PIX com a chave jornaldepatoscontato@gmail.com.
1 Comentários
Tema angustiante e necessário
ResponderExcluirObrigado por comentar!