Um novo olhar do Jornalismo

Por Caio Machado


Muitos sequer conhecem ou se lembram da sensação de folhear um jornal impresso pela manhã e guiar os olhos pelas notícias que mais lhe agradam. Aquela sensação de desfrutar de um bom texto, ao invés de ser induzido a ler o destaque sanguinolento, que um portal de notícias online, dá destaque nas páginas iniciais.

Era agradável e fácil, abrir um caderno de cultura e encontrar resenhas de peças teatrais e lançamentos de discos, filmes e livros. Ou mesmo se entusiasmar com as receitas e críticas gastronômicas das seções de culinária. O jornalismo informativo andava lado a lado com o entretenimento e parecia perene no cotidiano das pessoas.

Os cadernos de economia poderiam até interessar, mas sobressaíam menos do que os de notícias do cotidiano, que mesmo fatídicos, ajudavam a emoldurar acontecimentos e causos da região. Ali surgiam eventos que poderiam, ou não, se tornarem históricos. Como trazer de volta esta sensação (quase tátil) por meio de um site de notícias?

Iremos nos arriscar em um novo segmento, simplesmente deixando de lado as notícias factuais, conhecidas como “hard news”, e dedicando-se inteiramente à confecção de reportagens especiais, colunas, crônicas, artigos de opinião e textos longos ao estilo do bom e velho jornalismo literário, inaugurado pelo norte-americano Truman Capote.

Nossa missão não será se pautar pelo entorno e esperar a próxima tragédia ou crime a ser cometido para acelerar a redação. Planejaremos com afinco, a única reportagem diária que será publicada, torcendo para que ela alcance e comova o maior número possível de cidadãos de Patos de Minas.

Literalmente iremos abrir a casa de patenses em busca de talhar perfis e exibir ideias, expor idiossincrasias e dar voz a timbres antes emudecidos. Nosso maior trunfo será inspirar os leitores, resgatando culturas e costumes deixados de lado, por meio de um jornalismo leve, quase despretensioso, mas praticado com afeição e paixão.

O Jornal de Patos carregará o aprofundamento comum em reportagens de revistas, a descontração dos blogs que explodiram nos anos 2000, o despojamento das redes sociais em que publicações de segundos disputam a atenção dos usuários, e a pontualidade em informar praticadas nos jornais tradicionais.

Mesmo que o termo “jornal”, em sua etimologia, faça referência a um meio de comunicação impresso, o escolhemos para nomear este site, que nasce em maio de 2020, mês em que a capital do milho celebra o aniversário de 128 anos, como uma nova alternativa à imprensa local.

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6 Comentários

  1. Parabéns pela iniciativa! Patos precisa respirar mais do que só casos polícias.

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  2. Patos precisa mesmo de um olhar diferente, fugindo das tragédias policiais.
    Sucesso!

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  3. Bravo, avante, sucesso Caio!!!! 👏👏👏

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  4. Adorei a ideia, Caio. Só acho a plataforma do blogger uma escolha um pouco infeliz para o tipo de site a que se propõe. Há alternativas que permitem criar sites com um formato "mais de site" igualmente gratuito. É um pouquinho mais difícil de configurar inicialmente, até criar o layout certinho (nada que alguns tutorias e guias não consigam ajudar, não creio ser necessário contratar um especialista da área), mas depois a "alimentação" é tão simples quanto o blogger. E também pode usar seu domínio registrado por lá. De todo modo, boa sorte!

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  5. Escrevi este comentário em 2003:

    José Vilmar e sua Arte

    Enfim uma novidade! Sim uma novidade nesse marasmódico mundo das artes plásticas patenses. Este é o meu ponto de vista sobre a exposição da obra de José Vilmar aberta na última sexta (18/07) na galeria “Clênio Pereira” em Patos de Minas.
    A exposição (exposição?) que leva o nome “Foram Notícias” me deu a impressão de estar em Paris. Ou talvez no MAM em São Paulo. Ou quem sabe no novo museu americano “Dia” de Beacon? No MoMA de Nova York (Museu de Arte Moderna)? Não interessa! O que interessa é o que está sendo comprovado o que muita gente boa não quer reconhecer: José Vilmar faz arte da melhor qualidade.
    Outro dia ousei escrever que Patos de Minas é terra de muitos talentos musicais. E agora tampo a peneira com o sol ao afirmar que a cidade também é uma mina de artistas plásticos. No entanto têm pessoas que acham que arte é carro de bois, milharais, natureza morta, imagens de santos, paisagens ou retratos de pessoas ilustres ou não. Sim arte pode ser tudo isso e muito mais.
    E José Vilmar nos mostra isso toda vez que expõe seu trabalho em algum lugar. Aqui ou lá fora. É ousado e original. Mas só ousadia e originalidade não transforma o nada em arte.
    Arte é o que ele faz, com suas “instalações”. Ao misturar técnicas, materiais e suportes ele nos leva aonde todo artista intenciona: a estados emocionais que só a arte nos conduz.
    Ao adentrar na galeria fui ludibriado pela primeira vez: pensei tratar-se de um happening à maneira de Hélio Oiticica e seus “parangolés”. Depois outro preconceito, pensei logo em Body-Art meio ao contrário e a qualquer momento ele seria filmado e apareceria na tela da parede ou então seria eu o focado e apareceria ali como uma notícia medíocre. Nada disso.
    Sua arte conceitual me levou a ser notícia enquanto eu observava e líamos nós mesmos e os outros que “foram noticias”. Fotolinguagem? Vídeolinguagem? Arte-Computador mista/pintura/escultura?
    Indagações e provocações, além da beleza estética, estas são também outras funções da arte. E desta forma sua arte é também uma arte sociológica. Quem “foram notícias”? Nós homens e mulheres ali representados nos emocionando e nos fazendo questionar a nós mesmos? Somos restos de notícias? Somos jornais velhos? Somos recicláveis? Os nossos valores estéticos/dialéticos são nós mesmos?
    E o que mais pasmou alguns dos poucos que compareceram ao vernissage é que não havia etiquetas de preços e nem de “vendido” ou “reservado”. Muitos concebem a obra de arte apenas enquanto mercadoria ou para combinar com o sofá da sala. Também. Mas ai a arte fica um pouco menos arte.
    Parabéns José Vilmar.

    J. E. Oliveira - Professor de História.
    Folha patense, 26.07.2003, P. 7.



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