O leito de um poema

Por Teófilo Arvelos

Imagem: Pixabay

Um poema não é uma ponte,
mas o debaixo
de uma ponte infinita
em que nós estamos.

Entre rios sem nome,
dispõem-se no poema
pequenas ilhas
a que chamamos estrofes.

Entre minúsculas ondas,
dispõem-se no poema
pequenos bancos de areia
a que chamamos palavras.

Debaixo dessas estrofes e palavras,
há o seu leito,
que é uma superfície de papel
ou uma tela de computador.

O resto do poema é tudo água.
E o barulho que a água faz
ao bater nas pedras da ilha,
ao roçar a areia do rio,
ao levar consigo uma mensagem.


Teófilo Arvelos é autor dos livros de poesia Parnaso e Lágrima. Atualmente, estuda Geografia na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

🦆

Apoie o jornalismo independente colaborando com doações mensais de a partir de R$5 no nosso financiamento coletivo do Catarse: http://catarse.me/jornaldepatos. Considere também doar qualquer quantia pelo PIX com a chave jornaldepatoscontato@gmail.com.

Postar um comentário

2 Comentários

Obrigado por comentar!