Memória cheia

Por Natália Marins

Imagem: Freepik

Procuro nos meus arquivos mentais
Vestígios de quem não sou mais
Tendências antissociais
Aparências superficiais
Medos irracionais
Tanto tanto faz
nesse leva e traz...

De dentro há guerra e há paz
Vendo o que não uso mais
vendo mudanças reais
Vou e não volto mais
Disse o tempo_
Rápido demais
Mas calma vai
Muda se o ano
mudam as vontades
Mudo a mim
sem muito alarde
Sei quem sou
sabendo o que não sou
Pega a visão
de olhos fechados
Se a vida é um filme
somos personagens
E diretores
Que cena
Muda o ano
continuam os mesmos problemas
Prendem as mesmas algemas
Mas nem esquenta
Só tenta de novo
Atenta

Se já fui quem não seria hoje
Quem serei amanhã?

Minhas escolhas
Minha realidade
Mundo de transformações
Dualidades
Tamanha simplicidade
Tornamos complexidades...
Somos seres tão instáveis
E queremos sempre estabilidade
Se perguntando toda tarde

O que tô fazendo da minha vida?
Que vazio esse cheio de saídas...
Todo fim a mesma fita
Reinicia a contagem regressiva
Essa viagem é só de ida
Ainda me encho de expectativas
Esvazio memórias perdidas
Saio de mim, sou a ilha
Vou traduzir essa vida
Enquanto o ego me vigia
E de novo eu prometia
Que não esperaria nem mais um dia
E viver ia,
Viveria...


Natalia Marins é formada em Letras pelo Centro Universitário de Patos de Minas, tutora, poeta, slammer, sonhadora e sensível à simplicidade.

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