Taciturno

 Por Diessica M. Luiz

Imagem: Priscilla Du Preez/Unsplash

Com olhos profundos onde cabe um mundo 

Encara-me com a certeza de que um olhar pode dizer tudo

E não diz nada.


Só o silêncio nos preenche o escuro

Sem escapar nem mesmo um sussurro

Do que há entre nós

Do que está dentro de você.


Então, taciturno, consegue seguir

Enquanto aqui, dentro de mim

O silêncio ressoa ausência e especulação

Busca um tom de voz, aí no seu coração

Que parece saber tanto

Sem, para mim, nunca dizer nada

Soando como murros em portas trancadas.


Respiro e ouço o silêncio

Silenciando o grito em quase só um lamento

Escondendo até de mim tamanho sentimento

Mostrando quem sou sem a certeza de que possa me ver

Esperando que, um dia, possa me dizer

Com a certeza que ainda tenho voz, apesar de você

Mas torcendo que por pura rebeldia

Escolha ecoar ao invés de desaparecer. 


Agora, taciturno, nos esmorecemos pela casa

Sem voz, dorme tranquilo

O silêncio ainda me maltrata. 


Diessica Luiz é redatora, patense nascida e criada, apaixonada por narrativas, obcecada por pores-do-sol e poeta sempre que possível no Substack Pequeno Adendo.

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1 Comentários

  1. Que orgulho tenho da mha sobrinha DIESSICA! Parabéns! 🥰🌹

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